Eles estão em cima dos edifícios, em praças, igrejas, no Porto; e quando não estão por perto, é fácil identificar seus locais prediletos, pelos rastros de sujeira que deixam pelo chão. Agora, mais uma vez, os pombos vão entrar na estatística: a partir da semana que vem, um grupo de 78 universitários da Universidade Santa Cecília (Unisanta) vai às ruas para verificar a evolução da espécie e levantar um perfil infecto-parasitário dos pombos em Santos e São Vicente.

Este será o terceiro levantamento do tipo. Em 1995, houve o primeiro, que estimou a população de pombos da região em 80 mil animais. Repetido em 2007, constatou que o número de aves havia dobrado, passando para 160 mil.

“Acredito que o resultado desta nova pesquisa deve surpreender a todos”, conta o veterinário Eduardo Filetti, um dos coordenadores do estudo.

A estimativa do número de pombos é feita a partir da observação de fotografias feitas em vários pontos das cidades. “Só em uma foto no Valongo consegui contar 700 pombos. É muita coisa”, afirma o médico.

Para fazer o estudo, os participantes vão analisar em 130 pontos das duas cidades o comportamento das aves, sua reação à poluição, o tipo de alimento, entre outras coisas. O estudo deve ficar pronto até o início do próximo ano, quando Filetti quer ampliar a investigação para outras cidades da região.

Prevenção

A proliferação de pombos na região deve-se a três fatos principais: à falta de gaviões, predadores naturais; à fartura de alimentos, principalmente na região do Porto; e às pessoas que têm o hábito de alimentar essas aves.

“As pessoas acham que são bichos inofensivos, ligam a imagem do pombo à paz, ao Espírito Santo, mas é uma ave que pode transmitir uma série de doenças, inclusive a meningite”, explica Ana Paula Valeiras, coordenadora de Vigilância em Saúde de Santos.

Para tentar reduzir esse problema, a Prefeitura vem realizando fiscalizações e uma série de ações educativas com a população, turistas e empresários portuários.

“Para se proliferar, os pombos precisam de alimento, abrigo, acesso a locais fechados e de água. Estamos orientando as pessoas para que se evite isso”, conta Ana Paula.

Quem tem problemas com pombos pode pegar informações de como acabar com o problema pelo telefone 3257-8030. “Estas aves são protegidas por lei federal e não podem ser mortas. Ensinamos como as pessoas podem afastá-las e damos capacitações para empresas também”.