Na data de 17 do corrente mês a nossa Organização recebeu uma ligação da Zoonoses de Santos pedindo ajuda para dois animais : um com fratura exposta –  lá deixado pelo CODEVIDA –  e outro machucado com provável luxação , recolhido nas ruas da cidade. Eles precisavam de Raio X e preferencialmente estadia para cuidados veterinários no final de semana quando a Zoonoses não funciona. Considerando-se que os SEVICOZ não possuem estrutura e nem está equipada pelas administrações para esse tipo de atendimento, pediram ajuda para cessar o sofrimento dos animais. Assim sendo , não adianta recolher ou deixar os animais lá sabendo-se desse fato. Lembramos que os serviços de zoonoses nasceram com a finalidade de cuidar da Saúde Pública – principalmente no combate as epidemias –  e que, por pressão, das Organizações de Proteção Animal, passaram a dedicar-se a Saúde Animal, porém nunca foram adequadamente equipadas para tanto. Pois bem:como fazemos esse tipo de atendimento à população carente, sem ajuda governamental, de várias cidades com o dinheiro arrecado de nosso poucos associados e já tendo vários casos para atender oriundos de Santos, São Vicente , Cubatão e Guarujá, pois nosso trabalho é Metropolitano, resolvi pedir ajuda. Entrei em contato com o Conselho de Defesa da Vida Animal para pedir auxílio quanto aos custos desses procedimentos e fui informada que o órgão não possui verbas para tal finalidade (?). Entrei em contato então com o gabinete do vereador Benedito Furtado cuja esposa é Presidente de uma Organização para pedir ajuda quanto as providências do atendimento em relação a esses dois animais. Fui informada que os voluntários estavam todos de férias e apenas uma pessoa dessa Organização estava de plantão para atender os casos mais urgentes e que, no entanto, também não poderia ajudar. Por fim, liguei para o nosso Vice Presidente : Dr. Eduardo R. Filleti e fui atendida pela Sra. Guadelupe que imediatamente abriu espaço para a estadia dos dois animais durante o final de semana, pois ambos, além de machucados estavam com dor e ainda teriam de ficar na Zoonoses no final de semana sem atendimento médico veterinário . Lá, os animais foram medicados contra a dor e realizaram os Raio X necessários tendo como compromisso o seu retorno à Zoonoses na segunda feira. Realizados os Raio X , e com a comprovação provável de uma cirurgia ortopédica gostaríamos de saber se mais uma vez nossa Organização através dos nossos associados – que já pagam os seus impostos –  teremos de pagar a cirurgia ortopédica que um dos animais provavelmente terá de fazer, mais uma vez sem auxílio governamental e mesmo sendo um problema de âmbito público.

De tudo isso a pergunta que fica é: se a Administração Municipal não consegue gerir adequadamente os serviços públicos de saúde animal, por que não  passa a terceirizar “democrática e apoliticamente” – é claro –  os serviços que hoje as Organizações prestam, com dificuldades e sacrifícios, em três frentes distintas de atuação: adoção/doação; mutirões de castração e atendimento médico veterinário gratuito as comunidades carentes “in loco” coadunadas com ações sócio educativas  – este ultimo dois últimos itens, nossa missão. Do jeito que está : não faz direito e não ajuda a fazer.

Luciene Borges Neves
Presidente OSCIP SOS ANIMAIS DE RUA
Presidente Comitê Metropolitano de Saúde e Bem Estar Animal da Baixada Santista