Se uma espécie desconhecida de cobra
<https://www.nationalgeographic.com/animals/reptiles/group/snakes/>  cruzar
o seu caminho, você deve se perguntar se ela é venenosa ou peçonhenta – ou
se existe alguma diferença. A verdade é que “venenoso” e “peçonhento” são
conceitos únicos e descrevem formas específicas pelas quais os animais
exercem seu poder químico.

Tanto os animais peçonhentos quanto os venenosos usam toxinas – substâncias
que causam efeitos fisiológicos prejudiciais ao sistema nervoso mesmo em
pequenas doses – para se defenderem ou para subjugar uma presa.

Mas os animais peçonhentos, como vespas, injetam seu coquetel tóxico ferindo
outros animais quase sempre através de presas, ferrões ou espinhos. Por
outro lado, criaturas venenosas ministram suas secreções passivamente,
normalmente através da pele, quando outras criaturas as tocam ou as ingerem
(pense nos sapos
<https://www.nationalgeographic.com/animals/amphibians/group/poison-dart-fro
gs/>  venenosos).

“Espécies venenosas só ministram suas toxinas de forma defensiva, para
evitar serem devoradas por predadores”, afirma David Nelsen
<https://www.southern.edu/people/dnelsen> , biólogo da Universidade
Adventista do Sul, no Tennessee. É por isso que as peçonhas evitam o sistema
digestivo e são introduzidas por meio de feridas no corpo.

Quando ingeridas por um predador essas toxinas viajam pelo corpo
rapidamente, causando algumas doenças temporárias ou morte, dependendo do
veneno e da dose. Os baiacus
<https://www.nationalgeographic.com/animals/fish/group/pufferfish/> , por
exemplo, são particularmente mortais, devido a uma neurotoxina em sua pele e
órgãos que é mais tóxica <https://www.mdpi.com/1660-3397/13/10/6384>  que o
cianeto.

Muitos animais venenosos não fabricam suas próprias defesas, mas as captam
de outras fontes em seu meio ambiente. Os baiacus
<https://www.nationalgeographic.com/animals/fish/group/pufferfish/>
conseguem a sua tetrodotoxina de uma bactéria
<https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14786410903003780>  marinha.
Enquanto lagartas, as borboletas-monarcas
<https://www.nationalgeographic.com/animals/invertebrates/m/monarch-butterfl
y/>  se alimentam da seiva leitosa tóxica de plantas, que dá a elas um gosto
amargo na idade adulta.

Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário pós-graduado em Saúde Pública e professor universitário