POMBOS

Pesquisa indicará quantidade

Doze anos após primeiro e único levantamento do tipo, estará pronta em dois meses uma pesquisa que identificará a população de pombos da Cidade e se os animais estão contribuindo na transmissão de doenças.  O trabalho começou no último sábado, na orla do Embaré, e é coordenado pelo veterinário Eduardo Ribeiro Filetti, professor de Fisiologia Médica e Pesquisa da Universidade Santa Cecília (UNISANTA).

Filetti percorrerá 29 pontos do Município com apoio de 82 estudantes de Biologia e do curso de Auxiliar de Veterinária da Unisanta, divididos em grupos, que coletarão fezes de pombos para análise em laboratório. Após os resultados, ele pretende indicar à Secretaria Municipal de Meio Ambiente formas para o controle da proliferação dessas aves.

O motivo é que a superpopulação de pombos, como a de quaisquer outros animais – inclusive, o homem, significa risco de disseminação de moléstias, como toxoplasmose, que pode levar à cegueira.

Na avaliação de 1995/1996, constatou-se que havia de 100 mil a 120 mil pombos em Santos, sem perigo de contaminação de pessoas. Para Filetti, o número deve ter aumentado porque a Cidade é plana, o alimento é encontrado facilmente (grãos no cais, sobretudo) e a espécie não tem predadores em zonas urbanas. Alunos e professores da Unisanta farão as novas estatísticas.

O professor poderá sugerir à prefeitura que cadastre costumeiros alimentadores de pombos. Eles receberiam ração com substância anticoncepcional.

Filetti alerta aqueles que não gostam de pombos e tentam controlar sua população por conta própria. “Colocar visgo (armadilha na qual as aves ficam presas nas janelas) é crime ambiental”.

No próximo semestre, o trabalho poderá ser feito em outras cidades da região.

Munícipes temem contaminação
A divisão de opiniões quanto aos pombos não se resume a ser contra ou a favor de sua proliferação. Ela pode mudar durante a vida. Foi o que ocorreu com a aposentada Ruth Ruiz Tavares.

“Quando era criança, achava maravilhoso, alimentava os pombos. Agora, não. Dizem que faz mal, é uma paga. Acho nocivo (conviver com essas aves)”.

Quem também costumava se divertir com pombos é a estudante de Auxiliar de Veterinária Paula Freire Gonçalves, de 22 anos. “Continuo gostando deles. Acho até que podem servir como atração turística. Mas estou aprendendo que doenças os pombos podem transmitir e tenho como conscientizar as pessoas disso”.

(Fonte: Veiculado no Jornal A Tribuna, em 29/03/2007)