A Tribuna Santos, QUINTA-FEIRA, 1 de dezembro de 2005 Social Página C-8 Luiz Alca de Sant’Anna

Quem nunca teve medo de passar ao lado de um Pit Bull ou Rottweiler ? Quem nunca reclamou ao ter que desviar da sujeira deixada pelos cães nas calçadas ? Situações como estas já são rotinas nas grandes cidades e por isso a importância de se discutir a postura de que os donos destes animais devem ter enquanto estiverem em lugares públicos. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Pasteur, no Estado de São Paulo, há um cão para cada quatro cidadãos, o que significa proporcionalmente, a existência de 104 mil cães em Santos. Logo, é imprescindível, para o bem-estar de todos, que os donos estejam cientes de suas responsabilidades. É o chamado passeio responsável, que implica, acima de tudo, conceito de cidadania. O veterinário Eduardo Filetti destaca alguns itens principais, como o uso de coleira em todos os cães, passeios em horários mais tranqüilos, dar água a cada meia hora de caminhada, utilização de focinheira em animais bravos, não passear em locais aglomerados com cães bravos e evitar que os animais andem na areia da praia. Filetti acredita que “o cachorro que anda nas areias da praia pode transmitir doenças, mas também pode contrair fungos ou bactérias. Por isso, as campanhas deveriam falar dos males causados aos animais, aí sim os donos se preocupariam e parariam com este costume”. Outra questão é o uso da focinheira. A complicação começa na escolha das raças que deveriam fazer uso deste equipamento. Deveriam ser usadas apenas por algumas raças ou por todas ? Mesmo entre os veterinários as opiniões divergem. “Os donos sempre acham que seus cães são mansos e o maior problema é que, muitas vezes, a pessoa que leva o cachorro não tem condição de controla-lo. É como uma menina levando um rottweiler para passear, caso o cachorro dispare a correr, por algum motivo, a menina não terá forças para controla-lo. É aí que acontecem os acidentes”, explica. Por este mesmo motivo, o veterinário alerta ao obrigatório uso de coleira a todos os cães. “Um cachorro pode correr assustado para a rua e ser atropelado por algum veículo. Todos os dias chegam casos como este em minha clínica, por isso a importância da coleira até para os menores cães”, conclui Filetti. Em dia com a saúde Como não se pode deixar de lado a saúde de nenhum animal, o veterinário Eduardo Filetti cita algumas medidas a ser tomadas com os cães: devem estar em dia com a vacinação (V10, Giárdia e Raiva), exames regulares para controle de verminose, evitar passear em locais onde muitos animais circulem, não andar em areia de construção ou de praia, usar agasalho de inverno, evitar chuva e excesso de sol e manter uma boa alimentação, não lhes dando ração aberta, pois não se sabe a qualidade. PARA UM PASSEIO RESPONSÁVEL Fazer uso de coleira em todos os cães Passear em horários mais tranqüilos (das 8 as 10 h e após as 16 h) Dar água ao cão a cada meia hora de caminhada Utilizar focinheira em animais bravos Não passear em locais aglomerados com cães bravos Evitar que os animais andem na areia da praia