Em meio a reclusão causada pela pandemia do COVID-19 surgem muitas dúvidas
em relação aos PETs. É preciso deixar claro, que o coronavírus existe há
anos entre cães e gatos. Porém, não é contagioso para os humanos. O
coronavírus é transmitido pelas fezes dos animais e apenas entre eles, já o
vírus humano envolve o contato físico e atinge as vias respiratórias.

Dúvida frequente aqui na Baixada, onde a população de cachorros é
gigantesca, é quanto aos passeios com cães. Evite sair com seu animal de
estimação na rua em tempos de quarentena.

Mas, como a maioria dos cachorros estão habituados a fazer suas necessidades
nas ruas, é inevitável levar eles à passear. A recomendação que seja um
passeio à jato, simples e rápido. Os cães devem apenas se aliviar e retornar
aos lares.

O intuito de gastar energia com os PETs com passeio não é recomendado devido
a exposição imensa que dá aos proprietários e aos animais.

Nessa ligeira saída, tente que ele não encoste em nada e ao chegar em casa
higienize suas patinhas com água e sabão. Lenços umedecidos também são
recomendados para limpar as patas dos bichinhos. Há marcas próprias de
lenços umedecidos para animais que podem ser adquiridos nos PETSHOPs que
estão funcionando.

Outra ação bem recomendada são os banhos a seco. São bem fáceis de utilizar
e não existe restrição alguma de uso. Usem também os sabonetes de glicerina
específicos para animais que ajudam muito a higienizar as patas junto com
água. São biodegradáveis e de fácil manipulação. É vital após higienizar as
patas secar muito bem elas, inclusive entre os dedos para evitar problemas.

Importante enfatizar que o álcool-gel deve ser usado apenas em seres
humanos. Nos animais, ele pode causar sérios problemas dermatológicos, além
de irritação e ressecamento.

Quem testou positivo e está infectado pela COVID-19 deve evitar todo contato
com PETs. Não temos nenhum caso confirmado de cão ou gato que infectou um
humano com coronavírus. Mas é vital entendermos que os vírus sofrem mutações
e com o tempo se adaptam. Todo cuidado é pouco.

Portanto, evite saídas demoradas e higiene corretamente seu cachorro.

Reforço: nossos animais de estimação não podem ser contaminados e não podem
transmitir aos humanos. Nenhum tutor deve se preocupar com os vírus canino e
felino em relação a transmissão para humanos.

Esta doença nos animais já é muito conhecida, apesar de grave, e os
profissionais da área sabem como diagnosticar rápido e tratá-la com
eficiência.

O Coronavírus no cão afeta principalmente os sistema gastrointestinal
causando gastroenterite hemorrágica, ou seja, vômitos e diarreia com sangue.
Se não tratados rápida e adequadamente podem gerar óbitos.

O Coronavírus felino também atinge os sistema digestivo levando a uma
gastroenterite crônica e causando muita diarreia. Ele pode provocar uma
peritonite infecciosa felina (FIP) uma patológica geralmente fatal levando o
felino a vômitos, diarreia, anorexia, emagrecimento e convulsões.

Tanto o Coronavírus canino com o felino não passam para seres humanos. Os
tutores de animais não devem ter este tipo de preocupação pois não há
comprovação que os cães e gatos transmitem esta virose.

O mais importante é disseminar a verdade. Quem culpar os PETs pela
transmissão dessa patológica está gerando o preconceito e ódio contra os
animais, incentivando o abandono e maus tratos, o que é crime no país.

Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário e professor universitário,
pós-graduado em Saúde Pública e pós graduado em clínica de pequenos animais,
cirurgia geral em medicina veterinária e fitoterapia animal