Os eqüinos são muito importantes no cenário mundial para o transporte, lavoura, mobilidade de exército e também como “obbry”. Hoje aqui falaremos sobre um grupo de cavalos muitas vezes esquecidos e que prestam grande serviço a sociedade: os cavalos produtores de imuno-soros específicos para tratamento de picadas de cobras, aranhas e escorpiões. No Brasil, o número de pessoas picadas por cobra atinge a setenta mil picados por ano. A mortalidade chaga a 1%, ou seja, cerca de 700 mortos anualmente. Na produção do soro específico é usado o veneno extraído das serpentes, aranha e escorpiões. Cada veneno é tratado adequadamente e inoculado em cavalos que, pela docilidade, por responderem bem ao estímulo da peçonha e pelo seu grande porte favorecem a produção de um grande volume de sangue rico em anticorpos. As etapas da produção de imuno-soros são: 1 – O veneno seco diluído (antígeno) é inoculado subcutaneamente, em doses de concentração crescente, por 30 dias. 2 – Terminado este estágio é feita uma sangria exploratória, para medição do nível de anticorpos. 3 – Quando o nível de anticorpos é o desejado, há a sangria final. De um cavalo de 500 quilos são tirados 15 litros de sangue, em duas etapas. 4 – A parte rica em anticorpos é encontrada no plasma (parte líquida do sangue). O soro resulta na purificação e concentração deste plasma. 5 – O soro assim obtido é submetido a diversos tipos de controle de qualidade. Todo esse processo é realizado pelo Instituto Butantã, durando em média seis meses, desde a manipulação do veneno até o ampolamento do soro. A esses animais que passivamente servem à humanidade, nosso preito de gratidão. Vocês não acham que eles são verdadeiros cavalos heróis? Publicação: Kosmo News – 09/89 – Medicina Veterinária Atual – Página 7 – por Dr. Eduardo Ribeiro Filetti