Quando se decide ter um animal de estimação, é preciso que o dono reflita sobre o nível de cuidados que pode dispor ao novo amigo. Muito mais importante que a castração é a decisão que deve ser tomada nos primeiros meses de vida do bichinho: vida sexual ativa ou não. Segundo o médico veterinário Eduardo Filetti, o mais saudável para os animais é a reprodução, caso contrário, a castração prematura é a melhor saída para donos sem condições de deixar o animal se reproduzir. “A castração antes do primeiro cio no caso das fêmeas de cães e gatos e logo nos primeiros meses para os machos podem prevenir em 100% as chances de o animal desenvolver um câncer quando tiver mais idade”, esclarece. Para não perder o prazo da castração prematura é importante saber sempre qual a idade exata do animal. “No caso das cadelas, o cio pode começar no sétimo ou oitavo mês e nas gatas um pouco mais cedo. Esse tipo de medida deve ser tomada antes que o filhote receba do organismo a primeira descarga de hormônios”, alerta Filetti. “Os riscos das fêmeas desenvolverem um tumor de mama chega a 90%, já os machos atinge os 10% sem a castração”, completa. Já no caso dos donos que optam por deixar seus bichinhos se reproduzirem, certos cuidados também devem ser tomados. Como, por exemplo, o período fértil das fêmeas. “As cadelas têm seu ciclo reprodutivo bem parecido com o a mulher, pois também passa por um período fértil – que vai do nono ao décimo terceiro dia dos 25 dias de menstruação – e apenas nestes poucos dias permite a aproximação dos machos. Como as gatas ovulam apenas no momento do acasalamento, permitem a cópula qualquer dia de seu período fértil de, aproximadamente, uma semana”, explica o veterinário. Para encontrar o parceiro ideal para o cruzamento de animal, é aconselhável que as raças sejam iguais, que o casal não tenha qualquer grau de parentesco, que sejam saudáveis e que o macho seja um pouco mais leve que a fêmea, porém, de tamanhos compatíveis. Se o seu bichinho é de raça muito pesada, isso pode atrapalhar na hora da monta, mas o problema pode ser solucionado com a cópula assistida, em que os animais são levados à clínica veterinária para serem auxiliados no momento do acasalamento. “O macho é ajudado na hora de montar na fêmea. O importante é que a fecundação tenha chance de acontecer”, comenta o especialista. Mesmo que a opção da cópula assistida não dê certo, ainda há uma opção, que é a inseminação artificial. Neste caso, o tratamento é indicado apenas para os cães, pois os aparelhos disponíveis para a realização deste procedimento ainda não são adequados para a estrutura dos gatos.