Na vaguarda da medicina veterinária no país, os veterinários santistas Eduardo e Celso Ribeiro Filetti estão desenvolvendo a técnica de cirurgia de catarata em animais. Com supervisão clínica do oftalmologista Luiz Formentin, eles já realizaram 22 cirurgias em sua clínica, e estão satisfeitos. “Estamos obtendo excelentes resultados em cães, mesmo nas raças maiores, onde o pós-operatório é mais difícil”, afirmam os Filetti. Segundo avaliam, a cirurgia de catarata é importante na especialização da veterinária, na medida em que cria uma perspectiva nova para a profissão. “É uma necessidade a atualização dos profissionais, seguindo a evolução da Medicina. Hoje a oftalmologia humana já está no laser, enquanto ainda estudamos a catarata. Mas logo também estaremos no laser”, destacam. Ambos possuem diversos trabalhos pioneiros na área, apresentados em congressos nacionais e estrangeiros, alguns dos quais foram publicados em revistas especializadas. Entre outros temas, os trabalhos enfocam o tratamento dentário de animais e a aplicação de próteses em cães e gatos. Cura – Apontando como inevitável a especialização veterinária, Eduardo e Celso Filetti contam que, no caso da catarata, o que motivou as pesquisas foi um método mais eficaz de curar a doença. “O proprietário fica inconformado ao saber que a catarata pode deixar seu animal de estimação parcial ou totalmente cego”. Diante das necessidades, os irmãos Filetti decidiram se aprimorar, pesquisando a reduzida literatura existente no país e na Argentina, e adquirindo equipamentos especiais, como pinças, bisturis, etc., e um microscópio cirúrgico com micro-focalização, que aumenta de 10 a 40 vezes o tamanho do olho, fabricado pela DF Vasconcelos. Segundo os veterinários, mesmo na medicina humana a catarata é uma cirurgia de ponta, minuciosa, que requer muita habilidade. As causas podem ser hereditárias, devido à raça já predisponente, como no Cocker Spaniel, Poodle e Yorkshire Terrier, resultado de diabetes e traumatismos oculares. “Há necessidade de se acompanhar a evolução desse campo, pois muita coisa ainda é possível realizar”, finalizaram Eduardo e Celso.