Acusados de estarem doentes, os gatos foram retirados dos jardins da praia de Santos e por pouco não utilizaram a câmara de gás da Prefeitura, bem ao estilo dos campos de concentração nazistas. “Não pretendo me envolver no aspecto político. O que posso dizer é que os gatos não têm culpa. Foram feitos exames laboratoriais e eles não tem vermes”. A declaração é do médico veterinário Eduardo Ribeiro Filetti, e visa esclarecer a polemica iniciada pelo Serviço de Apreensão de Animais e Combate às Pragas (Sercopra), da Secretaria de Higiene e Saúde, da Prefeitura de Santos. Segundo populares, funcionários do Sercopra, agindo com violência, capturaram 12 gatos que estavam nos jardins da praia. A ação aconteceu dia 29 de Julho, como os animais sendo levados para o canil municipal, sob a acusação de estarem contaminados de vermes e representarem uma ameaça à população. No dia seguinte, porém, após pagar multa de Cr$ 181.138,32, o munícipe Fausto de Mello levou os gatos até a Clínica Veterinária Filetti, onde foram feitos exames laboratoriais e constatou-se que os gatos não possuem qualquer doença. Caso não tivessem sido resgatados da unidade municipal, os gatos seriam sacrificados na câmara de gás. A permanência de gatos na praia, além de natural, além de natural (muitas crias são deixadas ao abandono), foi adotada pelo ex-prefeito Oswaldo Justo durante sua administração a proliferação de ratos, já que é seu predador natural. Os resultados foram positivos, com o setor adotando uma série de medidas de apoio. Com a mudança de administração, porém, o esquema foi desmontado. Deixaram os gatos na praia, mas os serviços de suporte, como alimentação com vermífugo e exames periódicos, foram suspensos. Apesar de tudo, os doze gatos pesquisados não estavam doentes. Depois de escaparem do sacrifício oficial os animais foram adotados por diferentes pessoas em Santos e cidades da região.