Chega o verão e a história se repete. Por contar com um amplo espaço e,
geralmente, um clima agradável nessa época do ano, as praias da Região
ganham um grande número de cachorros. Há quem aprove, mas há também quem
torça o nariz para a presença do melhor amigo do homem na areia.

A areia da praia é um ambiente que contribui com o desenvolvimento de vermes
adultos. Uma das doenças transmitidas por meio do contato com as fezes de
cães infectados e, freqüentemente, adquirida por pessoas na praia é a Larva
Migrans Cutanea, mais conhecida como “bicho geográfico”. É uma doença de
pele transmitida por larvas de um parasita intestinal comum em cães e gatos
chamado Ancylostoma caninum.

O animal infectado, ao defecar na areia, libera ovos desse verme, que se
transformam em larvas e podem penetrar na pele das pessoas, causando
feridas, além de uma forte coceira. As partes do corpo mais afetadas são os
pés, pernas e mãos. As larvas são muito resistentes as ações do meio
ambiente, tais como calor, frio, umidade e seca, podendo permanecer no
ambiente por até um ano.

Inicialmente, para prevenir a possibilidade de seu animal transmitir a
doença, ele deve ser submetido a exames de fezes a cada seis meses e, se
necessário, vermifugado. RecoIher as fezes do seu animal em locais públicos
também ajuda a evitar o problema.

Em termos legislativos, a entrada de cachorro na praia é proibida. De acordo
com o médico veterinário Celso Filetti, o ideal não era uma punição ao
animal, uma vez que a prisão do mesmo pode gerar uma série de desconfortos,
tais como um possível confronto entre animal e fiscalizador. Segundo ele, o
dono que deve ser punido e, sobretudo, ocorrer uma fiscalização por parte
das autoridades  competentes. “Se tivéssemos fiscais treinados, a situação
melhoraria bastante. Eles pegariam a identidade do dono e aplicaria uma
multa. Essa seria uma forma de solucionar o problema e normalizar a
situação”, avalia.

“A Clínica Filetti, inclusive, abre suas portas para ajudar nessa
fiscalização. Caso qualquer município da Região acate a idéia, nós
poderíamos montar um curso para treinar esses fiscalizadores, afinal, o
nosso trabalho é social”, salienta o veterinário.

COLEIRA E FOCINHEIRA

A não utilização da coleira em cachorros, sobretudo nos de grande porte,
também causa polemica, uma vez que diversos ataques já foram noticiados por
todo o País.

Muitos donos não utilizam a coleira, porque querem demonstrar controle sobre
o animal. Entretanto, algumas situações provam justamente o contrário e, em
algumas ocasiões, até tragédias podem acontecer. “Há casos em que o cachorro
está passeando sem coleira e, de repente, vem outro cachorro com coleira em
sua direção. O dono do cachorro com coleira  puxa o animal para evitar algum
confronto, mas o sem coleira, assustado, corre para a rua e acaba gerando um
atropelamento”,

Ressaltamos  também, a importância da coleira no combate as doenças .Um
cachorro sem coleira, por exemplo, pode comer alimentos que estejam
espalhados pelo caminho, contraindo uma possível infecção .Além disso
ressaltamos que animais não adestrados devem utilizar a coleira peitoral,
uma vez que, em sua maioria, esses cachorros não costumam acompanhar o ritmo
de seu dono e impõem uma caminhada acelerada. “Caso o cachorro seja puxado
com a coleira tipo enforcadeira, o animal pode ter o fluxo de sangue que vai
para o cérebro interrompido, o que causaria desmaio ao animal”, ressalta.

Eduardo Ribeiro Filetti médico veterinário e professor