Há quase um pombo para cada morador, segundo levantamento.
Pesquisa levou três anos para ser concluída.
Uma pesquisa realizada em Guarujá, no litoral de São Paulo, revela que na cidade há aproximadamente 250 mil pombos para cerca de 290 mil habitantes, estimando-se quase um pombo para cada morador. A pesquisa foi realizada durante três anos pelo médico veterinário e pesquisador Eduardo Filetti, com a colaboração de alunos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Santa Cecília (Unisanta).
O estudo foi feito em diversos pontos da cidade de Guarujá, abrangendo da orla aos morros. O trabalho de coleta de fezes das aves (perfil coproparasitológico) era feito pela manhã. Na ocasião, os pesquisadores estendiam um plástico transparente no solo e despejavam alimentos para as aves. Os estudantes recolhiam as fezes que ficavam no plástico e levaram ao laboratório para serem examinadas.
Segundo Eduardo Filetti, a pesquisa concluiu que as fezes dos pombos do Guarujá e do distrito de Vicente de Carvalho possuem bactérias e fungos que, quando em contato com seres humanos, podem causar conjuntivites, dermatites simples e enterites. “As fezes secas dos pombos são muito perigosas pois podem causar doença respiratória grave de difícil tratamento. Orientamos molhar as fezes secas dos pombos antes de qualquer remoção, que deve ser feita com material de segurança, como máscaras, óculos e luvas”, afirma.
Para o veterinário, o número de aves aumenta porque há alimentos em abundância no Porto de Santos, as pessoas continuam alimentando-os e não há predadores. Segundo ele, algumas alternativas podem ser adotadas para evitar a proliferação dos pombos. “A solução seria diminuir a comida na área portuária, fazer pombais alvos e dar alimentação com anticoncepcional, o que reduz em 53% a reprodução deles. Em oito anos estabiliza a cidade”, diz Filetti.
O veterinário também ressalta a questão turística. “Antigamente, na Biquinha, em São Vicente, a atração era tirar fotos com os pombos. Eles podem ser atração turística, assim como é feito nas praças da Europa, mas isso tem que ser controlado. Estas aves só poderiam ser alimentadas com adição de anticoncepcionais”, explica.