Após a recente posse dos prefeitos municipais, tivemos uma convicta ideia de colaborar desinteressadamente com essas pessoas que passaram a administrar as cidades. Na veterinária, área que nos compete, podemos fornecer indicações aos administradores com o objetivo de contribuir para a melhora da qualidade de vida dos cidadãos. No setor animal, relacionamos alguns itens que poderão ser úteis para a população e saúde pública.

Dentre eles, destacamos:

– Organização do setor especializado em capturas de animais abandonados, para posterior tratamento médico-veterinário e doações dos mesmos.

Em princípio, esse setor deveria ser denominado por frase que indicasse proteção aos animais como, por exemplo e simplesmente, Setor de Proteção Animal.

Isso seria importante, pois apesar de algumas melhorias que vêm ocorrendo nestes setores, todos sabemos que os animais, após um período de espera, são sacrificados, o que é muito maléfico para a nossa sociedade. é claro que a simples denominação não muda"a essência do serviço prestado ao setor, e é por isso que apelamos aos novos administradores para que deem a devida atenção aos métodos de funcionamento da área.

Vale lembrar que sendo esse um setor que visa ao tratamento e ao bem-estar dos animais, teríamos um grande apoio por parte da população que sempre foi desfavorável à matança.

Gostaríamos de ressaltar, também, a precariedade dos equipamentos de captura, que, antes de mais nada, ferem os animais na rua.

Estes deveriam ser modificados e emborrachados para evitar lesões nesses indefesos animais. Hoje em dia, a população, em sua maioria, volta-se contra o serviço de capturas, hostiliza e maltrata os funcionários na rua e esconde os animais sem dono e que poderiam, após tratamento, serem doados à sociedade.

As pessoas que gostam e respeitam os animais poderiam auxiliar nesse trabalho, fazendo curativos e administrando medicamentos, sob orientação médica.

Não seria maravilhoso ver um setor público sendo auxiliado por pessoas protetoras de animais de cada comunidade?

– Cemitério para animais. A criação de um local apropriado para enterrar animais mortos teria como primeira utilidade diminuir os riscos de propagação de doenças, servindo também como local onde as pessoas possam meditar a respeito da vida; junto de seus animais de estimação que já se foram.

– Crematório para animais. Parece ser mais viável que um cemitério, pois pode ser construído numa área menor.

Após a cremação as cinzas poderão ser colocadas no próprio crematório (jardins e lagos) ou, ainda, serem fornecidas aos proprietários, devidamente embaladas. Essas duas áreas, crematório e cemitério, poderiam ser construídas juntas, para demonstrar o amor do homem pelos animais.

– Cursos de Aperfeiçoamento para funcionários que cuidem de animais no serviço público. Existe a necessidade de aprendizado constante, desde a captura indolor do animal, o tratamento e até a sua doação. Obviamente, os funcionários que estiverem nestes setores e não gostarem de animais deverão ser remanejados para outras áreas da prefeitura. é inadmissível a maneira que alguns laçadores capturam os animais nas ruas, machucando-os e, assim, agravando o problema, inviabilizando a sua doação, pois o animal, além de machucado, ficará nervoso e estressado.

Enumerei apenas algumas de minhas ideias na questão do animal na: Saúde Pública, e espero que elas forneçam algumas sementes das quais germinarão novas ideias sobre saú;de pública, animais e sociedade.

Eduardo Filetti é médico veterinário, pós graduado em Saúde Pública, pós graduado em Saúde Pública , clínica e cirurgia médico veterinária , fitoterapeuta, professor da UniSanta.