Shar-pei é uma raça chinesa de cães caracterizada por dois traços singulares: pele grossa e enrugada além de crises freqüentes de febre.

Pesquisadores dizem que a mesma mutação genética é responsável por ambas as características.

“Todos os Shar-Pei tem essa mutação genética que causa as rugas, mas, quanto mais “cópias” eles têm, maior e o risco de terem essa febre.” Diz Mia Olsson, doutoranda da Universidade de Uppsala na Suécia que trabalhou no estudo. A pesquisa está no jornal PloS Genetics da Public Library of Science.

Já se sabia que as rugas eram resultado da produção em excesso de uma substância chamada “Ácido Hialurônico” distribuída pela pele do animal. Esse excesso provavelmente é causado pela superativação de um gene chamado “hyaluronan synthase 2”.

Cães que carregam múltiplas mutações do gene têm predisposição à febres periódicas, observaram os pesquisadores. Apesar de curta, a febre é intensa e frequente além de poder causar inflamação.

Olsson disse que com essas informações a mais, criadores podem evitar cruzamentos entre shar-peis com duplicatas da mutação genética.

“Nossa maior prioridade no momento é observar se há alguma maneira de se criar algum tipo de teste ou ferramenta para reduzir o número de cães que sofrem com febre” disse ela.

A pesquisa foi conduzida com o auxílio e suporte de criadores nos Estados Unidos, Suécia e Espanha que tem interesse em melhorar a saúde dos shar-peis.

A febre canina em muito lembra febres periódicas hereditárias presentes em seres humanos e, estudar a mutação nos cães ajudaria geneticistas a desenvolver tratamentos para pacientes que sofrem dessas dosordens.

A febre periódica mais comum entre humanos é conhecida como Febre Familiar do Mediterrâneo e tende a afetar pessoas descendentes de povos do mediterrâneo e do oriente médio. Até hoje, não se encontrou cura para essa desordem.

Fonte: New York Times/ tradução CFMV