Atualmente todos os amantes dos cães estão preocupados com esta terrível doença. Existe um grande surto na região de Araçatuba no interior do Estado de São Paulo. A Leishmaniose é uma zoonose causada por um protozoário, que acomete o homem e várias espécies animais: equídeos, gatos (raramente), animais silvestres e principalmente os cães. A Leishmania é transmitida por pequenos insetos que desovam em matéria orgânica úmida e se utilizam do sangue destas espécimes citadas como fonte de alimentação. Esses insetos são conhecidos por diferentes nomes populares principalmente “mosquito-palha”. A espécie canina aparece como principal hospedeiro pelos seguintes fatores: a do cão ter um convívio muito próximo com o homem atraindo assim o mosquito facilitando a contaminação, a alta densidade populacional, aliada à susceptibilidade que apresentam várias espécies de Leishmania. Infelizmente o tratamento de nossos amigos cães tem se mostrado pouco eficiente conforme a experiência de nossos colegas médicos veterinários em áreas que a doença existe (a Baixada Santista ainda não mostrou nenhum caso desta patologia). As universidades do mundo inteiro fazem pesquisas sobre o tratamento dos animais portadores sem obter sucesso até o presente momento. Os sintomas podem até desaparecer com os tratamentos atuais, porém temporariamente pois na realidade não existe cura parasitológica, continuando assim o animal a abrigar o protozoário na pele e vísceras, tornando possível em alguns casos a propagação da doença. Por isso, é muito importante um diagnóstico laboratorial preciso, pois estamos lidando com saúde pública. Já nos seres humanos a cura vai depender de uma bem desenvolvida resposta imune celular, ou seja, o médico vai tentar levantar a resposta imunológica do seu paciente para que ele vença a doença. Os sintomas dos cães geralmente são escamações cutâneas, nódulos (úlceras no focinho, orelhas e extremidades), conjuntivite, febre, apatia e crescimento exagerado das unhas (onicogrifose). Os médicos veterinários estão se preparando para esclarecer a população e evitar que tenhamos casos na Baixada Santista, porém temos que contar com o apoio de todos com medidas que evitem a proliferação do mosquito. Tenho certeza que se todos vestirmos a camisa do combate ao mosquito, venceremos esta guerra e não teremos este mal em nossa querida região. O mais importante é que a nossa população esteja consciente que temos que combater o mosquito. Combatendo o foco, além de evitarmos que esta terrível doença chegue em nossa região, estaremos evitando a proliferação do Aedes-mosquito transmissor da Dengue. Ao evitarmos água parada em vasos, baldes e piscinas (sem a devida manutenção), pneus, etc, estaremos dando um passo para a prevenção destas doenças transmitidas por mosquitos.