A técnica, que até hoje era utilizada na reprodução de animais de grande porte, passou a ser indicada, com excelente resultados, em casos de dificuldade de cruzamento de animais de menor porte. “A inseminação artificial deve ser aplicada em cachorros que possuam dificuldade em cruzar, como o Buldogue e o Basset Hound. A técnica é indicada também quando o cachorro é acidentado ou tem algum tipo de paralisia, impossibilitando a reprodução por monta natural”, afirma o veterinário Eduardo Filetti. Segundo o veterinário, as cadelas entram no cio, somente, de seis em seis meses, ou até mesmo, anualmente. Em 25 dias de fertilidade, ela só aceita cruzar com o macho do oitavo ao décimo terceiro dia. “Essa situação limita, ainda mais, a reprodução”, comenta. A prática só possui restrições para alguns animais de pequeno porte, como os gatos. “Nesse caso, não há necessidade de inseminação artificial, pois os gatos têm ovulação induzida e o período de fertilidade é bem mais extenso que o dos cachorros”, diz Filetti. Caso não seja possível, realmente, realizar o cruzamento natural, nem mesmo com a ajuda de profissionais, alguns procedimentos devem ser realizados antes da aplicação da inseminação artificial. Os cães devem passar por um exame de sangue e ser, preferencialmente, da mesma raça. Além disso, devem ser vermifugados e vacinados, ter tamanhos semelhantes e atestado negativo de brucelose canina. “Para raças grandes, é aconselhável fazer, antes, um raio x para verificar se existe displasia coxofemoral, uma lesão hereditária que impede o fêmur de encaixar-se perfeitamente na bacia”, completa Filetti. De acordo com o veterinário Celso Filetti, durante o procedimento, utiliza-se um aparelho específico para masturbar o cachorro e uma vagina artificial para recolher o sêmen. “Logo em seguida, realiza-se a inseminação na fêmea. Chamamos a técnica de inseminação a fresco, pois o sêmen dos cães não pode ser conservado por muito tempo. Dessa forma, um mês depois, realizamos o ultra-som para ver se a fêmea engravidou. A probabilidade é de 90%, na maioria dos casos”, explicou Celso. Segundo os veterinários, o procedimento deve ser realizado em uma clínica de confiança, com profissionais capacitados. “É muito importante que o material utilizado na inseminação seja higienizado para não passar nenhuma doença para os cães”, afirmou Celso Filetti. A aplicação da inseminação artificial, ainda pouco difundida no País, varia de R$ 200 a R$ 250, dependendo da Clínica onde se faz o procedimento. “É um preço acessível, levando em consideração que um cão tem, em média, seis filhotes. Dessa forma, se a intenção for vendê-los, o preço de um filhote já cobre, integralmente, o tratamento feito para a inseminação”, finalizou Celso Filetti